IPCA desacelera: como fica a carteira? Veja setores que se beneficiam

Foto: Freepik

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou uma desaceleração para 0,16% em janeiro, conforme já previsto pelo mercado. Diante desse cenário, analistas do mercado financeiro acreditam que, para montar suas carteiras, os investidores devem adotar estratégias alinhadas às projeções de inflação e às condições econômicas atuais.

“A desaceleração do IPCA pode beneficiar setores que tradicionalmente apresentam desempenho mais estável em ambientes de inflação controlada”, comentou o analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima.

Nesse sentido, o especialista aponta que empresas do setor de tecnologia tendem a se beneficiar de períodos de inflação mais baixa, pois seus custos operacionais são menos impactados pelo avanço nos preços. Além disso, vale ressaltar que grandes empresas que produzem bens essenciais, como alimentos e produtos de higiene, geralmente mantêm a demanda estável, independentemente das flutuações econômicas.

Mesmo com a desaceleração de janeiro, Andressa Bergamo, especialista em investimentos e sócia-fundadora da AVG Capital, aponta que o indicador de inflação ainda supera a meta de 3,00% ao ano, estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Atualmente, o IPCA acumula alta de 4,83% em 12 meses.

“Empresas como Pão de Açúcar e Carrefour podem repassar aumentos de custos aos consumidores, mantendo suas margens. Outras empresas que podem se beneficiar da desvalorização cambial associada à inflação, aumentando sua competitividade no mercado internacional, são as que exportam commodities, como Vale (mineração) e Suzano (papel e celulose)”, comentou Bergamo.

IPCA dentro do esperado: onde investir na renda fixa

Além do mercado de ações, os especialistas consultados pelo BP Money trouxeram suas perspectivas sobre investimentos em renda fixa. O consenso foi que os títulos atrelados à inflação (Tesouro IPCA+) são interessantes para o cenário, pois oferecem proteção contra a perda do poder de compra.

Por outro lado, Acilio Marinello, sócio-fundador da Essentia Consulting, acredita que, com o patamar atual do IPCA, a melhor escolha pode ser ativos ligados à taxa Selic. “Uma ótima opção no momento são os títulos do Tesouro Direto vinculados à Selic. Acho que eles têm oferecido taxas pré-fixadas muito atrativas para o longo prazo”, disse.

Além disso, com a expectativa do BC (Banco Central) de aumento da Selic para 14,25% em março, investimentos em renda fixa pós-fixada, como CDBs e LCIs, podem ser mais atrativos por conta do aumento das taxas de juros.

“As projeções do mercado indicam uma inflação de 5,58% para 2025, acima da meta do Banco Central. Empresas com forte poder de precificação e capacidade de repassar custos para os consumidores tendem a se destacar em cenários de inflação elevada”, declarou o analista Sidney Lima.

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