Meta usou 82 TB de livros piratas baixados via torrent para treinar IA

A Meta, empresa controladora do Facebook, está no centro de uma ação judicial coletiva que acusa a companhia de violar direitos autorais ao treinar seus modelos de inteligência artificial, como o LLaMA.

De acordo com registros judiciais, a empresa teria utilizado torrents de bibliotecas digitais como Anna’s Archive, Z-Library e LibGen para baixar cerca de 81,7TB de material protegido por copyright, que posteriormente foi incorporado em suas redes neurais.

Mensagens internas entre funcionários da Meta mostram preocupação com a prática. Um pesquisador sênior declarou em outubro de 2022: “Não acho que deveríamos usar material pirateado. Preciso traçar esse limite.” Outro colaborador acrescentou que plataformas como LibGen e SciHub são equivalentes ao PirateBay, reforçando que elas distribuem conteúdo ilegalmente.

Em janeiro de 2023, durante uma reunião, o próprio CEO, Mark Zuckerberg, teria afirmado: “Precisamos avançar com isso… encontrar uma maneira de desbloquear tudo isso.” Meses depois, mensagens entre empregados revelaram a preocupação de que o uso de IPs corporativos da Meta para torrenting pudesse comprometer a empresa.

Registros judiciais mostram que a Meta usou torrents de bibliotecas como Z-Library e LibGen para treinar suas inteligências artificiais, levantando preocupações éticas

Mark Zuckerberg Apple Joe Rogan
Reprodução/PowerfulJRE

A crescente polêmica do uso de dados em IA

Este caso não é o primeiro a levantar questionamentos sobre o uso de materiais protegidos para treinar modelos de IA. A OpenAI, criadora do ChatGPT, foi alvo de processos por autores que alegam que seus livros foram utilizados sem consentimento. NVIDIA também enfrentou ações semelhantes envolvendo sua plataforma NeMo.

A Meta já havia gerado debates ao conceder acesso a dados do Facebook e Instagram para personalizar suas ferramentas de IA. Combinada à recente ação judicial e a outras acusações, como a alegada “cultura tóxica” de discriminação na empresa, a companhia enfrenta desafios éticos e legais que podem afetar sua reputação.

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O impacto e o futuro da ação judicial

Embora a decisão judicial ainda esteja em andamento, especialistas acreditam que, mesmo em caso de derrota, a Meta deve recorrer, prolongando o processo por anos.

A questão central inaugura um debate mais amplo: até onde as empresas podem ir no uso de dados protegidos para avançar em tecnologias disruptivas? O caso da Meta destaca a necessidade urgente de estabelecer normas claras para o treinamento de IA e o uso responsável de informações sensíveis.

Fonte: Tom’s Hardware

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