Depois de Canadá, México e China, Trump diz que também vai taxar a Europa

Depois de a Casa Branca confirmar que neste sábado, 1°, entram em vigor tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México e de 10% sobre os produtos da China, o presidente Donald Trump avisou que a União Europeia pode ser a próxima. O recado veio na forma de uma resposta a pergunta de jornalistas no Salão Oval, nesta sexta-feira, 31.

Questionado se planejava também um imposto para os produtos provenientes da Europa, o presidente norte-americano respondeu:

“Vou impor tarifas à União Europeia”. E acrescentou uma pergunta a quem tinha feito o questionamento: “Você quer uma resposta verdadeira ou devo lhe dar uma resposta política?”. E, sem esperar, emendou a resposta: “Absolutely (equivalente a “com certeza”). Os europeus nos trataram tão mal.”

Trump não especificou quando seria aplicada essa tarifa, nem o porcentual. A ameaça, porém, já era esperada por representantes da União Europeia. Mais cedo, Olli Rehn, dirigente do Banco Central Europeu (BCE), defendeu que a União Europeia acelere acordos comerciais de livre comércio para enfrentar as ameaças tarifárias de Trump e, entre as alternativas, citou o Mercosul (leia mais abaixo).

Rehn expressou preocupação sobre como a fragmentação do comércio global pode pesar sobre o crescimento econômico da Zona do Euro.

Dirigente do BC Europeu cita Mercosul

“O acordo de livre comércio do Mercosul está se movendo para frente. A ratificação deve tomar lugar antes que países da região, como o Brasil, se voltem para a China, o que não está em nossos interesses. Democracias da América Latina são parceiros naturais da Europa”, disse ele, que preside o BC da Finlândia, em discurso preparado para evento.

“A União Europeia não pretende ficar de braços cruzados, mas se preparou de várias maneiras para possíveis medidas de pressão comercial dos EUA e para fortalecer a posição de negociação da Europa. Esperançosamente, no entanto, o bom senso prevalecerá, e os problemas poderão ser resolvidos na mesa de negociação”, comentou a autoridade monetária.

Rehn afirmou que estes acordos de fortalecimento de parcerias devem ser tratados como “prioridade estratégica”. Isso inclui aceitar ofertas de empresas não integrantes da UE para acessar o mercado do bloco, reduzir tarifas e promover as relações comerciais. Ele destacou ainda que negociações semelhantes estão em andamento com a Austrália, a Índia e a Indonésia.

Em outro front, chips, petróleo, aço, alumínio e cobre

Trump também reforçou, nesta sexta-feira, 31, que os EUA aplicarão tarifas sobre importações de aço, alumínio e cobre. Chips de computador, produtos farmacêuticos, petróleo e gás também estão entre os bens que serão alvos de tarifas já em meados de fevereiro, disse.

“Isso acontecerá em breve”, disse Trump aos repórteres no Salão Oval. “Acho que vamos para o dia 18 de fevereiro e vamos impor muitas tarifas sobre o aço.”

As taxas previstas por Trump devem se somar às tarifas existentes sobre esses produtos, disse, afastando qualquer preocupação sobre as taxas aumentarem a inflação ou complicarem as cadeias de abastecimento globais.

“As tarifas vão nos tornar muito ricos e muito fortes”, disse, acrescentando que não se preocupava com os eleitores ou com a reação do mercado. (COM LAÍS ADRIANA)

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