ANPD proíbe Worldcoin de pagar usuários por registro de íris e impõe novas exigências

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) determinou na sexta-feira (24) que a empresa Tools for Humanity, responsável pela iniciativa Worldcoin, suspendesse a oferta de compensações financeiras para usuários no Brasil. A medida entrou em vigor no sábado (25) e foi motivada por preocupações com o consentimento dos titulares de dados biométricos.

A Worldcoin oferecia cerca de R$ 600 em criptomoedas para usuários que registrassem a íris em pontos de atendimento. Segundo a empresa, mais de 400 mil pessoas já se cadastraram em São Paulo. No entanto, a ANPD avaliou que esse modelo poderia comprometer a obtenção de um consentimento genuíno por parte dos usuários.

Investigação apontou riscos no tratamento de dados

Usuários cadastravam a íris em troca de criptomoedas, mas ANPD proibiu a prática por possíveis riscos à proteção de dados. (Foto: Canva Pro)

A decisão ocorreu após a Coordenação-Geral de Fiscalização da ANPD abrir, em novembro de 2024, um processo de investigação sobre o tratamento de dados biométricos pela Worldcoin. Na época, o projeto havia sido lançado oficialmente no Brasil.

No parecer final, a ANPD concluiu que “a concessão de contrapartida pecuniária pela empresa, por meio de oferta de criptomoedas, pode prejudicar a obtenção do consentimento do titular de dados pessoais”.

Além disso, a autoridade destacou que esse modelo de captação de informações pode afetar, principalmente, usuários em situação de vulnerabilidade.

Empresa deve cumprir novas exigências

Além de suspender os pagamentos, a ANPD determinou que a Tools for Humanity inclua, em seu site, a identidade do encarregado pelo tratamento de dados pessoais no Brasil. Essa exigência está prevista na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e visa garantir mais transparência na atuação da empresa.

Em nota, a Worldcoin afirmou que “está em conformidade com todas as leis e regulamentos do Brasil” e classificou como imprecisas as informações divulgadas sobre o caso.

“Relatos recentes imprecisos e atividades nas mídias sociais resultaram em informações falsas para a ANPD”, declarou a empresa.

A iniciativa também disse estar em contato com a ANPD e confiante em manter as operações no país. “Estamos comprometidos em continuar a oferecer este importante serviço a todos os brasileiros”, diz uma parte da nota.

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