Debêntures e fundos dominam captação no mercado de capitais

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A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de aumentar, pela segunda vez consecutiva, a taxa Selic para 12,25% em novembro de 2024, deve intensificar os movimentos nos mercados financeiros.

Historicamente, elevações nas taxas de juros tendem a impulsionar a migração de investimentos para ativos de renda fixa, com destaque para as debêntures, já que muitas empresas antecipam suas captações para se proteger de potenciais aumentos nos custos de financiamento.

Por outro lado, os investidores buscam maior segurança, liquidez e previsibilidade, priorizando a preservação de capital.

A tendência de preferência por investimentos mais seguros, como as debêntures, tem se fortalecido, especialmente durante períodos de alta volatilidade no mercado.

O comportamento, que foi observado ao longo de 2024, tende a se acentuar com a recente elevação da Selic, em um contexto de incertezas econômicas, tanto no Brasil quanto no cenário internacional.

Cresce captação por renda fixa no mercado de capitais

O interesse dos investidores por produtos que oferecem retornos estáveis e previsíveis tem impulsionado a liquidez para a emissão de títulos, como debêntures, CRIs, CRAs e notas promissórias.

Com isso, as empresas aproveitam o ambiente de mercado mais líquido, captando recursos com condições mais favoráveis e a custos mais baixos em comparação a outras opções, especialmente em um cenário de seletividade no crédito tradicional.

Esse movimento se reflete nos números recordes do mercado de capitais brasileiro. Até setembro, a captação totalizou R$ 633,6 bilhões, um aumento de 85% em relação ao ano passado. Segundo a ANBIMA, 89% desse valor foi proveniente de ativos de renda fixa, consolidando a modalidade como a principal escolha para as empresas.

Selic a 12,25% a.a: onde investir, além da renda fixa?

O aumento de 1 ponto percentual da Selic pelo Copom (Comitê de Política Monetária) abre espaço para investimentos em renda fixa na carteira de investidores. Essa afirmativa é de conhecimento geral, mas especialistas ouvidos pelo BP Money apontaram que alguns segmentos de renda variável também podem ser uma boa escolha.

Segundo o analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima, “setores defensivos” podem ser boas opções nesse contexto. “Na renda variável, empresas de setores defensivos, como energia elétrica e saneamento básico, tendem a performar bem em cenários de juros elevados, pois possuem receitas previsíveis e historicamente são consistentes pagadoras de dividendos.”

Já o sócio da Equus Capital, Felipe Uchida, apontou que o setor de saúde também pode gerar bons resultados. Ele acrescentou que “exportadoras que se beneficiam do câmbio depreciado” também são uma opção.

Nesse sentido, especialistas reforçam ser importante revisar as alocações da carteira para aproveitar as oportunidades da renda fixa, mas sem ignorar o potencial da renda variável.

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