Preço do café atinge recorde histórico; entenda os fatores por trás disso

Nos últimos tempos, a alta no preço do café tem sido tema recorrente entre consumidores e analistas financeiros. No dia 10 de dezembro de 2024, o café arábica alcançou o valor de US$ 3,44 por libra, marcando um nível histórico no mercado.

Este aumento expressivo, de 80% em comparação com o ano anterior, reflete uma série de desafios enfrentados por produtores ao redor do mundo.

O Brasil, líder na produção de café arábica, e o Vietnã, que se destaca no cultivo de café robusta, estão entre os mais afetados por condições climáticas desfavoráveis.

A combinação de secas prolongadas e chuvas intensas causou danos significativos às plantações, reduzindo a oferta global de café. Com isso, os preços dispararam, gerando preocupações sobre o futuro do mercado.

A tendência de aumento no preço do café levanta questões sobre como as mudanças climáticas influenciam a agricultura e as commodities.

Vamos explorar os fatores que levaram a essa alta de preços, seus impactos e o que esperar para os meses vindouros.

Fatores climáticos e suas influências

O café do tipo arábica, amplamente produzido no Brasil, tem preços cada vez mais elevados – Imagem: Shutterstock/Reprodução

O Brasil enfrentou uma das piores secas em 70 anos nos meses de agosto e setembro de 2024. As plantações de café foram fortemente impactadas, e as chuvas em outubro agravaram a situação. Esse cenário culminou em uma previsão de colheita reduzida para 2025.

O Vietnã, maior produtor de café robusta, também se viu abalado por longos períodos de seca, seguidos por chuvas fortes. As condições climáticas extremas nesses países têm pressionado a oferta global de grãos, elevando o preço da commodity.

Oferta e demanda desbalanceadas

Os estoques de café estão em baixa, principalmente devido às adversidades climáticas. O Brasil responde por cerca de 40% da produção mundial, e a redução da colheita afeta drasticamente o mercado. O Vietnã também contribui para essa escassez.

Enquanto isso, a demanda global continua a crescer, especialmente em países como a China. O consumo da bebida dobrou na última década, intensificando a pressão sobre os já limitados estoques e elevando os preços.

Grandes marcas e o repasse de custos

Empresas como Nestlé e JDE Peet tentaram absorver o aumento dos custos das matérias-primas. Contudo, especialistas projetam que, com a continuidade da alta, essas marcas poderão repassar os custos aos consumidores em 2025.

O presidente-executivo da Tuan Loc Commodities, Vinh Nguyen, indicou que o aumento de preços é inevitável. Tal cenário pode resultar em preços mais altos nas prateleiras e possíveis alterações nos tamanhos das embalagens, impactando o consumidor final.

Perspectivas para 2025

A previsão é de que o preço do café continue em elevação até 2025, com estoques baixos e oferta restrita.

As condições climáticas adversas enfrentadas pelos produtores prometem desafiar ainda mais o mercado. O futuro do café depende de como essas variáveis se desenrolarão nos próximos anos.

* Com informações de EBC – Agência Brasil.

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