IBGE: desemprego recua para 6,9%, menor índice do trimestre desde 2014

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em junho caiu para 6,9%, o menor índice desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015, que também foi de 6,9%. Considerando apenas o período de três meses até junho, este é o menor resultado já registrado, equiparando-se ao de 2014. Esses dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada dia 31 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No trimestre móvel anterior, encerrado em março, a taxa de desemprego era de 7,9%. No segundo trimestre de 2023, o índice estava em 8%. A taxa registrada em junho é menos da metade do pico histórico da série do IBGE, que foi de 14,9% em março de 2021, durante o auge da pandemia de COVID-19. A série histórica começa em 2012, e o menor índice já registrado foi de 6,3% em dezembro de 2013.

No trimestre encerrado em junho, o número de pessoas procurando trabalho foi de 7,5 milhões, o menor desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015, representando uma queda de 12,5% em relação ao trimestre anterior e de 12,8% em comparação com o mesmo período do ano passado.

A população ocupada atingiu um novo recorde, com 101,8 milhões de pessoas, um aumento de 1,6% em relação ao trimestre anterior e de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

IBGE

Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, destacou que as três atividades que mais contribuíram para o aumento da ocupação foram o comércio, a administração pública e as atividades de informação e comunicação. Segundo ela, a melhoria no mercado de trabalho reflete a recuperação das atividades econômicas e o aumento da renda e da população. As empresas e instituições, em um cenário de aquecimento econômico, demandam mais trabalho para produzir bens e serviços.

“O mercado de trabalho tem respondido positivamente à melhoria do quadro macroeconômico, tanto com o crescimento da população ocupada quanto com a melhora na qualidade dos empregos, mais trabalhadores com carteira assinada e um aumento na renda média dos trabalhadores”, afirmou Beringuy.

Ela acrescentou que os resultados não podem ser atribuídos apenas à recuperação pós-pandemia. “Agora, em 2024, estamos vendo um mercado de trabalho que responde não só ao processo pós-pandemia, mas também ao funcionamento da atividade econômica em um contexto de medidas macroeconômicas que favorecem a absorção de trabalhadores.”

Formais e informais

O número de empregados no setor privado atingiu o recorde de 52,2 milhões, com novos máximos para trabalhadores com carteira assinada (38,4 milhões) e sem carteira assinada (13,8 milhões). “O crescimento do emprego com carteira no setor privado não está sendo comprometido pelo aumento dos trabalhadores sem carteira. Há uma expansão simultânea de empregos formais e informais”, destacou Beringuy.

A taxa de informalidade, que inclui trabalhadores sem carteira assinada, empregadores sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares, ficou em 38,6% do total de ocupados, comparado a 38,9% no trimestre encerrado em março e 39,2% no mesmo trimestre de 2023.

A Pnad também registrou o maior número de trabalhadores contribuindo para a previdência, com cerca de 66,4 milhões de pessoas, correspondendo a 65,2% da população ocupada. Apesar do recorde absoluto, a proporção de contribuintes ainda é menor que o máximo histórico de 66,5%, registrado no segundo trimestre de 2020. Segundo Beringuy, essa discrepância ocorre porque o aumento do número de trabalhadores inclui uma parcela de empregos sem carteira assinada, que geralmente não está associada à contribuição previdenciária.

A população desalentada, que desistiu de procurar emprego por acreditar que não encontraria, caiu para 3,3 milhões no trimestre encerrado em junho, uma redução de 9,6%. Este é o menor número desde o trimestre encerrado em junho de 2016, quando era de 3,2 milhões.

Rendimento

No trimestre encerrado em junho, o rendimento médio do trabalhador foi de R$ 3.214, um aumento de 1,8% em relação ao trimestre anterior e de 5,8% em comparação anual, o maior desde o trimestre encerrado em setembro de 2020. Com mais pessoas empregadas e aumento do rendimento médio, a massa de rendimentos no Brasil alcançou um recorde de R$ 322,6 bilhões no segundo trimestre de 2024, representando o total de dinheiro que os trabalhadores recebem, movimentando a economia através de consumo e poupança.

Caged

Os dados do IBGE foram divulgados um dia após a publicação dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Diferente da Pnad, o Caged inclui apenas dados de empregos com carteira assinada. Em junho, o Brasil teve um saldo positivo de 201.705 empregos, uma expansão de 29,5% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, resultado de 2.071.649 admissões e 1.869.944 desligamentos. No acumulado do ano até junho, o saldo é de 1,3 milhão de vagas, e nos últimos 12 meses, 1,7 milhão.

(Com Agência Brasil).

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