Lula diz que pacote fiscal é ‘uma medida extraordinária’

Presidente Lula e o ministro Fernando Haddad / Foto: Ricardo Stuckert

O pacote de corte de gastos anunciado na quarta-feira (27) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), foi uma  “uma medida extraordinária que é de contenção do excesso de despesas”, na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo Lula, a medida possibilita, ao mesmo tempo, cumprir o arcabouço fiscal e garantir justiça tributária.

“Foi anunciado ontem pelo Haddad, eu participei da reunião com o presidente do Senado, com o presidente da Câmara, com os líderes da Câmara dos Deputados, uma medida extraordinária que é de contenção do excesso de despesas. Porque nós temos que cumprir o arcabouço fiscal, e ao mesmo tempo apresentamos uma política de renda para que a gente possa garantir que as pessoas que ganham até 5 mil reais não paguem mais Imposto de Renda nesse país, porque não é possível que os pobres sejam aqueles que pagam Imposto de Renda”, disse Lula, segundo o “Valor”.

“E, ao mesmo tempo, a gente pegar aquelas pessoas mais ricas, sem nenhum abuso, com muita neutralidade, a gente cobrar um percentual daquilo que eles ganham, que é muito baixo. Ou seja, cobrar 10% daquilo de quem ganha acima de 50 mil, acima de 100 mil, acima de 200 mil, acima de 1 milhão”, prosseguiu o presidente.

Além disso, Lula também afirmou que o tema agora irá para o Congresso Nacional e será aprovado “no momento certo”. O presidente esteve na cerimônia de assinatura de aditivo para obras da Transnordestina.

“[O pacote] é uma coisa muito tranquila, que vai para o Congresso Nacional. O Congresso Nacional vai discutir, e no momento certo, a gente vai conseguir aprovar para que esse país continue sendo um país de muita inclusão social, de muita justiça social, para que a gente possa dar ao povo brasileiro o direito de viver com uma certa dignidade nesse país”, afirmou.

Lula é rejeitado por 51%, diz Paraná Pesquisas

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 46,1% de aprovação e 51% de rejeição, apontou um levantamento do Paraná Pesquisas divulgado nesta quarta-feira (27). Entre os pesquisados, 2,9% não responderam ou não sabem.

Na série histórica do instituto, esta é a primeira vez que a desaprovação é superior à aprovação em percentual acima da margem de erro, de 2,2%. A rejeição aumentou 3% em relação à pesquisa divulgada em julho e a aprovação caiu 1,1%.

Lula tem a maior aprovação entre as mulheres, jovens entre 16 e 24 anos, idosos e pessoas com escolaridade até o ensino fundamental. Por outro lado, homens, pessoas com ensino superior completo e com entre 45 e 59 anos são os que mais desaprovam o presidente.

Entre regiões, a avaliação é mais positiva somente no Nordeste, onde 57,6% aprovam e 39,2% desaprovam o governo. A maior rejeição ao presidente fica no Sul do país, onde Lula tem 60,6% de desaprovação e 36,8% de aprovação.

Sobre a gestão do presidente, 32,6% avaliam como ótima ou boa, 24,2% como regular e 42,3% a consideram ruim ou péssima.

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