Governo federal reforça projeto Rotas de Integração Sul-Americana

Abertura da Ponte da Integração ao tráfego de caminhões está prevista para 2025. Foto: Gentileza/DER-PR (Arquivo)

O governo federal apresentou, nessa segunda-feira (25), em Brasília, o Relatório 2024 do projeto Rotas de Integração Sul-Americana, que contempla 190 obras financiadas pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) em 11 estados fronteiriços.

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A apresentação foi feita pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que destacou os objetivos de integrar o Brasil com os países vizinhos, ampliar o fluxo comercial interno no continente e interligar portos dos oceanos Atlântico e Pacífico.

No total, cinco rotas foram delineadas pelo governo:

Rota 1: Ilha das Guianas (Roraima, Amazonas, Pará e Amapá – Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela);
Rota 2: Amazônica (Amazonas – Colômbia, Peru e Equador);
Rota 3: Quadrante Rondon (Acre, Rondônia e Mato Grosso – Peru, Bolívia e Chile);
Rota 4: Bioceânica de Capricórnio (Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina – Paraguai, Argentina e Chile); e
Rota 5: Bioceânica do Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul – Uruguai, Argentina e Chile).

Mapa incluído no relatório, mostrando parte das Rotas 3, 4 e 5.
Mapa incluído no relatório, mostrando parte das Rotas 3, 4 e 5.

“Juntos, esses caminhos permitirão avanços sociais inestimáveis à população brasileira e aos povos vizinhos de nossos continentes”, avaliou a ministra Tebet, citada pela Agência Brasil.

“São 190 obras de infraestrutura presentes no Novo PAC que possuem caráter de integração espalhadas nos 11 estados: rodovias, portos, aeroportos, infovias, ferrovias, hidrovias e linhas de transmissão de energia elétrica”, detalhou.

Rota Bioceânica de Capricórnio

Foz do Iguaçu está inserida na Rota Bioceânica de Capricórnio, cujo traçado interligará os portos atlânticos de Santos, Paranaguá, São Francisco do Sul e Itajaí com os portos chilenos de Antofagasta, Mejillones e Iquique.

Detalhamento do Corredor Bioceânico de Capricórnio
Detalhamento do Corredor Bioceânico de Capricórnio

As passagens prioritárias de mercadorias pelas fronteiras brasileiras (operações de entrada e saída) ocorrerão pelas cidades de Foz do Iguaçu, Dionísio Cerqueira (SC), Porto Murtinho (MS) e Corumbá (MS), que já estão recebendo ou serão contempladas, até 2026, com recursos de infraestrutura.

Especificamente para a Terra das Cataratas, estão em andamento obras como a Perimetral Leste e as novas aduanas com a Argentina e o Paraguai. Já foi definida, também, a empresa que fará a operação do novo porto seco, a ser instalado em um local próximo à entrada da cidade.

Da Terra das Cataratas, os ramais locais do Corredor Bioceânico de Capricórnio seguirão pela BR-277 em direção a Paranaguá; pela Rodovia PY02, rumo a Assunção (Paraguai), Resistencia (Argentina), Salta (Argentina) e portos do Chile; e pela Rodovia Nacional n.º 12, via Ponte Tancredo Neves, em direção à Argentina, ao Chile e ao Rio Grande do Sul (via Santo Tomé).

Guia para a integração

O relatório servirá como material de apoio aos países vizinhos, mostrando os investimentos realizados pelo Brasil, o tipo de obra (rodovia, ferrovia, hidrovia ou infovia) e o estágio dos trabalhos.

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Obras da nova aduana Brasil-Argentina em Foz do Iguaçu. Foto: Divulgação/DER-PR

“Nosso trabalho também contempla o olhar estrutural que a integração exige: os braços da regulação estatal, como fiscais de aduana da Receita Federal, agentes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, servidores das áreas de vigilância sanitária e agropecuária, patrimônio histórico e cultural, comércio exterior, diplomacia, ciência e tecnologia, meio ambiente e mudança climática”, destacou a ministra Tebet.

“Trata-se de um esforço coletivo para cumprir a integração de nosso continente sob os marcos de avanços sociais e reduções das desigualdades”, definiu.

O Brasil tem fronteira terrestre com nove países: Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname, e com o departamento ultramarino francês da Guiana Francesa, numa extensão total de 16.886 quilômetros, envolvendo 11 unidades da Federação e 588 municípios, cerca de 27% do território nacional.

O relatório pode ser lido, na íntegra, clicando aqui.

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