Tesouro Direto registra R$ 6,77 bi em vendas, um recorde

As vendas de títulos públicos a pessoas físicas pelo programa Tesouro Direto somaram R$ 6,77 bilhões em setembro, conforme divulgado dia 25 pelo Tesouro Nacional. O montante representa o terceiro maior valor mensal desde o lançamento do programa, em 2002, ficando atrás apenas de agosto deste ano, quando atingiu R$ 8,01 bilhões, e março de 2023, com R$ 6,84 bilhões.

Embora o volume de setembro tenha registrado uma queda de 15,5% em relação a agosto, houve um aumento expressivo de 111,7% na comparação anual.

A divulgação dos dados ocorreu com atraso devido à greve dos servidores do Tesouro Nacional, que interrompeu as vendas do programa em três ocasiões no último mês.

O principal fator para o alto volume registrado foi o vencimento de títulos de longo prazo indexados à Taxa Selic, que foram trocados por novos papéis. Em setembro, os resgates de títulos corrigidos pela Selic, somando vencimentos e recompras, totalizaram R$ 5,29 bilhões, enquanto as vendas chegaram a R$ 3,87 bilhões.

Tesouro Direto

Os títulos mais procurados foram os indexados à Selic, que representaram 57,1% das vendas. Papéis vinculados ao IPCA (inflação) responderam por 30%, enquanto os prefixados corresponderam a 9,1%. Novos produtos, como o Tesouro Renda+ e o Tesouro Educa+, atraíram 2,6% e 1,2% das vendas, respectivamente.

O interesse por títulos atrelados à Selic reflete a elevação da taxa básica de juros, que passou de 10,5% ao ano em setembro para 11,25%. Já os papéis indexados à inflação ganharam espaço devido às expectativas de alta no índice oficial nos próximos meses.

Estoque e perfil dos investidores 

O estoque total do Tesouro Direto atingiu R$ 143,12 bilhões no fim de setembro, alta de 1,11% em relação a agosto e de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior. O programa conta com 2,66 milhões de investidores ativos, um crescimento de 10,9% em 12 meses.

A maior parte das operações foi realizada por pequenos investidores: 79,2% das vendas corresponderam a valores de até R$ 5 mil, com 55,7% abaixo de R$ 1 mil. O valor médio das transações foi de R$ 8.333,51, influenciado pela troca de títulos corrigidos pela Selic, popularmente utilizados como reserva de emergência.

Em termos de prazos, 79,1% dos títulos vendidos têm vencimento em até cinco anos, enquanto 14% possuem vencimento superior a dez anos.

Novidades no programa 

Entre as iniciativas recentes do Tesouro Nacional, destaca-se o Tesouro Direto Garantia (TD Garantia), lançado em parceria com a B3 e o Banco Central. O serviço permite que investidores usem títulos públicos como garantia para empréstimos e aluguéis, mantendo os papéis na carteira e rendendo.

Startups como a Loft, especializada no mercado imobiliário, e a corretora Warren já aderiram à novidade. Os papéis do Tesouro serão usados como alternativa à caução tradicional em contratos de aluguel.

Outro destaque é o lançamento previsto do Gift Card B3, que permitirá que investidores presenteiem títulos públicos, além da possibilidade de adquirir papéis a partir de valores inferiores a R$ 30.

Popularização do investimento 

Criado em 2002, o Tesouro Direto busca democratizar o acesso aos investimentos em títulos públicos. Além de oferecer segurança e liquidez, o programa se adapta às necessidades dos investidores, mantendo-se como uma alternativa atrativa em cenários de alta nos juros e inflação.

(Com Agência Brasil).

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