Sobre os perigos de trafegar pelas pontes da fronteira trinacional

Trânsito no alto da passarela fronteiriça em um dia útil. Foto: Marcos Labanca/H2FOZ

Com pesar, o H2FOZ noticiou, na manhã da última quarta-feira (20), a morte de uma estudante brasileira de Medicina em um acidente de motocicleta no alto da Ponte Internacional da Amizade, que liga Foz do Iguaçu e Ciudad del Este.

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Nas redes sociais, leitores apontaram os riscos de atravessar de moto a fronteira mais movimentada da América do Sul. Outros enfatizaram a “selvageria” do trânsito no alto da via, com frequentes abusos de velocidade e festival de manobras imprudentes.

De imediato, um dos debates que ganhou força é a necessidade de melhorias na estrutura e no ordenamento do trânsito entre Brasil e Paraguai.

Desde o final da década de 1990, as motos são os veículos que mais trafegam pela Ponte da Amizade. A preferência pela agilidade das duas rodas surgiu, justamente, do interminável tempo perdido nos congestionamentos em ambas as cabeceiras.

No alto da passarela, motocicletas, carros, caminhonetes, vans, ônibus e caminhões disputam o exíguo espaço, com a parte central ora ganhando filas no sentido Ciudad del Este, ora no sentido Foz do Iguaçu.

A abertura da Ponte da Integração Brasil–Paraguai (ainda sem data definida), certamente, contribuirá para resolver vários dos problemas existentes, redirecionando o fluxo de veículos de carga para a nova via.

Sem os caminhões, cuja limitação de horário é frequentemente ignorada, é possível pensar em faixas exclusivas ou preferenciais para motos – como já acontece nas aduanas – também no alto da Ponte da Amizade.

O ordenamento das filas, tanto na BR-277, como na Rodovia PY02 e vias alternativas, é outro assunto a ser trabalhado pelas autoridades nacionais e municipais dos dois países.

Independentemente dos investimentos estruturais necessários, alternativas como a cobrança de pedágio nas pontes, apresentadas pelo governo federal, não deveriam ser prioritárias.

O H2FOZ defende o avanço da integração econômica e social entre os povos da fronteira e acredita que a criação de novas travas à circulação não contribui para esse processo.

Em tempo: a Ponte Tancredo Neves, que ganhará aduana nova no pacote da Perimetral Leste, também precisa de mudanças estruturais. A instalação das “barreiras antissuicídio”, por exemplo, é uma das ações urgentes para a melhoria da segurança.

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Guilherme Wojciechowski é colaborador do H2FOZ e redige, aos domingos, a edição semanal da Carta ao Leitor.

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