Refúgio Biológico dentro de Foz do Iguaçu para morador visitar de graça

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Criadas para mitigar impactos da obra, as áreas naturais da Itaipu Binacional completaram 40 anos. Referência em conservação da fauna e da flora, o Refúgio Biológico Bela Vista (RBBV) ocupa uma área protegida de 1.780 hectares, reconhecido como posto avançado de reserva da Mata Atlântica, uma das florestas tropicais entre as mais ameaçadas do mundo.

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Assista à reportagem em vídeo:

São vários os motivos para conhecer esse atrativo dentro de Foz do Iguaçu, em um passeio totalmente gratuito para moradores da cidade e para os habitantes dos municípios lindeiros. Entre as razões, a caminhada na mata em contato direto com a natureza e a imersão pelo zoológico, que reúne centenas de animais, como onças-pintadas, antas, jacarés, macacos e uma enormidade de aves.

O primeiro trecho é de ônibus, com as capivaras dando as boas-vindas logo na entrada na área de Itaipu. O veículo segue pontilhando o lago do Parque da Piracema, em que cardumes de peixes passam pelo canal para alcançar áreas de reprodução, além de servir para competições e projetos sociais de esportes náuticos, como a canoagem slalom.

Hora da caminhada pelo Refúgio Biológico Bela Vista. Primeiro, o visitante tem a experiência de plantar uma semente de árvore nativa, que irá germinar e será utilizada nos projetos de reflorestamento, também podendo ser retirada gratuitamente pela comunidade em dias previamente definidos.

Macaquinhos e seus gracejos em árvores bem perto dos visitantes – foto: Marcos Labanca

Na mata, canafístula, angico, ariticum, peroba e ipê para a alegria de pássaros, aves e meliponíneos, as abelhas sem ferrão. Esse pedaço verde se conecta à floresta das Três Fronteiras, compondo o Corredor Ecológico de Santa Maria, que interliga o Parque Nacional do Iguaçu e outras reservas de proteção.

A caminhada chega ao portinho, no lago de Itaipu, aviso de que a aventura seguirá pelo zoológico, que leva o nome de Roberto Ribas Lange (1948–1993). Biólogo e ambientalista, Lange dedicou parte de sua vida à causa do meio ambiente, contribuindo para a proteção de áreas, a conscientização e a inclusão dessa pauta no debate público.

Parada no portinho do lago de Itaipu: informação e muitas fotos – foto: Marcos Labanca

No zoo, os macacos fazem gracejos em árvores bem perto dos visitantes, e as harpias, imensas, emitem seus gritos estridentes, sinal de que avistaram a presença humana. O grande final é reservado para o recinto das onças-pintadas, animais de topo de cadeia, os maiores felinos das Américas, que encantam pessoas de todas as idades e encerram o passeio, que já deixa saudades.

Família de antas encanta os visitantes – foto: Marcos Labanca

A expedição, ou caminhada guiada, tem dois quilômetros. Todo o passeio dura cerca de duas horas e meia, com um monitor treinado transmitindo informações sobre o refúgio e estimulando a interação com o meio ambiente, revelando particularidades da fauna e da flora, bem como sobre a história da região.
Os ingressos gratuitos são acessados no portal lindeiros.turismoitaipu.com.br.

Um dos momentos mais esperados é a interação com as onças – foto: Marcos Labanca

“Valorizar o que é de Foz do Iguaçu”

Ao lado da família, o bombeiro militar aposentado Robson Luís Morais de Oliveira visitou o Refúgio Biológico Bela Vista pela primeira vez nos 30 anos em que mora em Foz do Iguaçu, após saber da gratuidade para moradores – uma semana antes, fez o passeio Itaipu Panorâmica. “Não esperava tudo isso, fui surpreendido”, contou.

“É uma estrutura muito boa, desde o agendamento, as informações e o acesso, com monitor poliglota, assim como a trilha. São dois quilômetros de um passeio que passa rápido”, relatou. E completou afirmando que turistar em Foz do Iguaçu é importante “para valorizar o que é nosso, o que temos em nossa cidade”.

Robson de Oliveira (ao centro) aproveitou a gratuidade para morador e levou a família curtir o Refúgio – foto: Marcos Labanca

Ele incluiu outro elemento, que é o impacto econômico da visitação gratuita e da divulgação orgânica do espaço. “Vamos almoçar todos em um restaurante, o que não faríamos sem o passeio. É dinheiro na economia local. As fotos irão para as redes sociais, chamando a atenção de nossos familiares em outras cidades e estados”, concluiu Robson.

Passeio e consciência

Professora no município lindeiro de São Miguel do Iguaçu (PR), Suzana Paula Rodrigues dos Santos também visitou o refúgio da Itaipu em família, incluindo a filha, a pequena Sofia, de 9 anos. Para ela, o programa une passeio e conscientização quanto à preservação do meio ambiente e cuidado com o planeta.

“Eu gosto do todo: espaço, ar, árvores, bichos, a harmonia da natureza”, revelou. “A mensagem que levo do passeio é a de que temos de ter mais responsabilidade, pois os seres humanos estão destruindo o habitat natural. Cada um de nós deve fazer a sua parte. Em casa, prefira árvores e plantas, não concreto”, exemplificou.

Suzana dos Santos: “Harmonia da natureza” – foto: Marcos Labanca

A docente contou que trabalha conteúdos e práticas de educação ambiental com seus alunos, portanto voltará à sala de aula ainda mais comprometida com o tema. “Tento contribuir plantando essa semente para que tenhamos adultos mais conscientes, promovendo a reflexão sobre o que queremos deixar para a próxima geração”, enfatizou Suzana.

Monitor estimula a curiosidade e o interesse do visitante pela natureza – foto: Marcos Labanca

Morador de Foz e região

Gratuidade: moradores dos municípios da região binacional e lindeiros ao lago de Itaipu têm isenção todos os dias.

Atendimento: quarta a segunda-feira, com vagas e horários limitados.
Ingressos: lindeiros.turismoitaipu.com.br.
Informações: WhatsApp (45) 9 9131-9119 ou telefone fixo (45) 3198 1800.
Público: indicado para todas as idades – pessoas com deficiência devem entrar em contato previamente para um melhor atendimento.

Principais orientações:

  • uso de capa de chuva em dias chuvosos e agasalhos em períodos frios;
  • uso de repelente, protetor solar e calçados fechados;
  • uso da própria garrafinha de água para bebedouros ao longo do percurso;
  • não é permitido consumir alimentos ao longo da trilha;
  • reserva prévia é indispensável, pois o passeio tem vagas limitadas.
  • LEIA TAMBÉM: Morador de Foz pode visitar de graça a Itaipu e mergulhar na história da região
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