Governador defende boicote de consumidor brasileiro ao Carrefour

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), defendeu nesta sexta-feira, 22, um boicote ao Carrefour e ao Atacadão – controlado pelo grupo francês. “Ele (Carrefour) tem direito de comprar de quem ele quer para mandar produto lá para a França, mas nós brasileiros também temos o direito de comprar de quem quisermos. Então, se o Brasil não serve para vender carne para eles, então eles não servem para vender produtos franceses e essa empresa não deveria ser bem vista aqui no nosso País”, disse Mendes, em vídeo publicado nas suas redes sociais.

“Quero dizer ao diretor-geral do Carrefour e do Atacadão, que eu, como cidadão, não vou comprar mais das lojas deles, e acho que aqueles que são do agro e até a população brasileira, para honrar o nosso País, deveriam pensar em dar a eles o mesmo tratamento que estão dando ao nosso País”, disse o governador no vídeo.

Em entrevista ao Estadão, Mendes afirmou que “precisamos nos fazer respeitar e entender verdadeiramente qual é o ‘game’ que está sendo jogado”. “Muitas vezes discursos ambientalistas são feitos, mas escondem interesses puramente comerciais. Temos de defender o meio ambiente, fazer a nossa parte no Brasil, mas enquanto damos a nossa cota de contribuição, muitos países continuam aumentando emissões, principalmente aquelas que vêm da queima de combustíveis fósseis”, disse Mendes.

Ele afirma que recebeu milhares de felicitações nas redes sociais e também apoio de lideranças políticas por ter se posicionado publicamente a respeito do tema. “Quando se propõe um boicote claramente, é uma declaração no mínimo desrespeitosa com nossos cidadãos. E uma forma de responder a isso é propor tratamento idêntico ao que estão dando a nós”, afirmou.

O presidente do grupo Carrefour, Alexandre Bompard, afirmou na quarta-feira, 20, que a decisão de suspender a venda de carnes do Mercosul foi tomada após ouvir o “desânimo e a raiva” dos agricultores franceses, que têm protestado contra a proposta de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Embora tenha sido assinado pelos dois blocos em 2019, o acordo segue sem conclusão em razão de divergências políticas e conflito de interesses comerciais de lado a lado.

‘Afronta’

“O acordo é muito difícil e não à toa está aí há mais de 20 anos emperrado nos interesses não convergentes entre nosso bloco e o bloco europeu. A França é um dos principais obstáculos por conta da ineficiência que tem na sua agricultura”, critica o governador.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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