Mulheres negras sofrem mais com desemprego e ganham 50% menos do que homens brancos no Brasil

No dia da Consciência Negra, o Brasil ainda precisa enfrentar  a desigualdade racial presente na sociedade e no mercado de trabalho, que atinge ainda mais as mulheres negras. É o que apontam diversas pesquisas realizadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

De acordo com números da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do MTE, a taxa de desemprego entre as mulheres negras no segundo trimestre de 2024 é de 10,1%, contra 6,9% da média geral. A taxa de desocupação para os homens não negros é de 4,6%.

Já o Relatório de Transparência salarial revela que as mulheres ganham 20,7% menos do que os homens nas mesmas funções, segundo dados da RAIS de 2023. Porém, quando se faz o recorte por raça, as mulheres negras recebem 50,2% da remuneração dos homens brancos que exercem as mesmas funções.

Outras pesquisas realizadas pelo Núcleo de Estudos Raciais do ministério apontam que o salário médio de um trabalhador negro é 42% menor que o de trabalhadores brancos em 2024. Entre as mulheres, a diferença é de 40%.

“As mulheres negras estão concentradas nas ocupações na base da pirâmide, principalmente, em serviços domésticos, de limpeza, serviços de alimentação. Elas ainda ocupam as vagas que pagam menos de remuneração salarial”, ressalta a subsecretária de Estatística e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner.

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