Fraude, RJ e competição: o que esperar da Americanas (AMER3)?

Americanas
Foto: Divulgação

A Americanas (AMER3) divulga nesta quarta-feira (13), após o fechamento do mercado, o seu balanço de resultados referente ao terceiro trimestre de 2024.

Desde que o escândalo da fraude contábil veio à tona, revelando um rombo de cerca de R$ 20 bilhões, as expectativas em torno dos resultados da varejista se tornaram ainda maiores. O último balanço mostrou um prejuízo de R$ 1,86 bilhão, alta de 48%. O reporte fez as ações da varejista afundarem mais de 70%.

O que esperar da Americanas (AMER3) no terceiro trimestre? Para o especialista em investimentos Guylherme Mattos, desempenho deve ser melhor, mas ainda acompanhado de grande dificuldade de estabilização e longe do que se possa considerar um lucro sustentável.

“No final do terceiro trimestre do ano passado, o patrimônio líquido da Americanas estava negativo em R$ 31,2 bilhões e acredita-se que ela pode apresentar agora um patrimônio liquído positivo de R$ 10,5 bilhões. No 2TRI24, as despesas financeiras saltaram para R$ 1,75 bilhão, o que representa um aumento de 176% em relação ao 2TRI23 e que representou um prejuízo de R$ 1,84 bilhão, alta de 46,4% em relação ao 2TRI23. Isso mostra que a Americanas ainda tem dificuldade em estabilizar suas operações enquanto está busca uma organização frente à pressão de credores e da economia”, disse Guylherme.

Acilio Marinello, sócio-fundador da Essentia Consulting, também avalia que a Americanas (AMER3) deve apresentar um desempenho abaixo do esperado. Entre os motivos, o fato de o trimestre não ter tido nenhuma data comemorativa relevante para a varejista e o resultado de outras empresas fundamentam a sua teoria.

“Tivemos o Dia dos Pais e as férias escolares, que não são datas fortes para a Americanas, para o sortimento de produtos com os quais ela trabalha. Além disso, vendo o resultado de outras varejitas, com exceção da Magalu, que teve resultado superior, vemos que foi um trimestre desafiador para o varejo”, destacou Acilio.

Para o sócio-fundador da Essentia, períodos como o da Black Friday e Natal podem ser aliados para alavancar as vendas da empresa. “Com essas datas que são importantes para a Americanas e não havendo novos incidentes, como questões políticas e criminais em relação à fraude, ela tem grandes chances de passar por esse processo de recuperação judicial”, projetou Marinello.

Diante desse cenário, Acilio disse que o papel da Americanas pode ser “grande oportunidade” a longo prazo. “Para aquele investidor que é mais arrojado, que tem mais apetite ao risco, a Americanas pode ser uma grande oportunidade, porque o papel está muito barato. Em dois, três anos, esse investidor pode ser surpreendido positivamente”, afirmou.

Concorrência impacta resultado da Americanas (AMER3)

Guylherme Mattos chamou atenção ainda para a concorrência elevada no mercado tem gerado impacto no desempenho da Americanas (AMER3) – que, segundo ele, tem ficado para trás em relação a empresas como Magazine Luiza (MGLU3), Mercado Livre e Amazon.

“Enquanto os concorrentes fortalecem suas plataformas digitais, a Americanas tem enfrentado uma dificuldade de expansão digital, ficando para trás nesse quesito”, pontuou Mattos.

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