Consórcio: opção de investimento ou armadilha financeira?

Nos últimos anos, o interesse por consórcios tem crescido no Brasil, tornando-se uma opção para aquisição de bens e serviços. Contudo, especialistas aconselham cautela ao considerá-los como investimento, principalmente porque a decisão exige uma análise criteriosa das condições e expectativas.

Seja como for, a relevância dos consórcios no cenário financeiro brasileiro é inegável. A modernização das operações, como pagamentos via Pix, aumentou sua atratividade, mas sua função primária é facilitar o consumo, não gerar lucros.

Alex Nery, professor da FIA Business School, destaca que consórcios servem para adquirir bens e serviços, não para investir. Seu uso como poupança compulsória é possível, mas existem opções mais rentáveis. Assim, a decisão deve ser pautada pelas metas financeiras pessoais.

Avaliação de custos e taxas

Ao optar por um consórcio, é essencial considerar as taxas envolvidas. Além de administrar o grupo, os consórcios cobram taxas que podem reduzir o valor final recebido.

Comparadas a financiamentos, essas taxas administrativas são mais elevadas, impactando o retorno financeiro.

Valéria Vanessa Eduardo, da Anhanguera, compara uma taxa de administração de 0,18% ao mês, elevando o custo em 27% após 11 anos, com rendimentos de 0,95% na renda fixa, evidenciando a desvantagem do consórcio como investimento.

Liquidez e flexibilidade

A liquidez é outra desvantagem dos consórcios. Enquanto não for contemplado, o participante não pode resgatar o montante investido, mantendo-o imobilizado.

Ademais, a possibilidade de diversificação dos investimentos é limitada, ao contrário de outras alternativas financeiras.

Estratégias de investimento diversificadas permitem maior flexibilidade e potencial de retorno. O participante de um consórcio é obrigado a manter as contribuições, independentemente das mudanças econômicas ou pessoais.

Poupança disciplinada e alternativa a financiamentos

Apesar das limitações, os consórcios podem ser vantajosos como poupança disciplinada. Pessoas com dificuldade em economizar podem se beneficiar do compromisso mensal e, nesse sentido, o consórcio funciona como uma ferramenta de poupança.

Tanto Alex Nery quanto Valéria Eduardo consideram o consórcio uma opção interessante para aquisição de bens sem urgência. A ausência de juros atrai aqueles que não possuem pressa em adquirir o bem; entretanto, é necessário estar ciente da espera pela contemplação.

O consórcio é uma escolha válida para aquisição planejada de bens, mas não substitui investimentos financeiros tradicionais. Avaliar objetivos, liquidez e custos é crucial para tomar a melhor decisão financeira.

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