Americanas: Executivos fazem manobra contra investigação

A ex-executiva das Lojas Americanas (AMER3), Anna Christina Ramos Saicali, converteu um apartamento de luxo na praia do Leblon, no Rio de Janeiro, em um bem de família apenas seis dias após a revelação de um desfalque bilionário. Essa mudança foi feita com o objetivo de tornar o imóvel impenhorável, ou seja, protegê-lo de possíveis execuções e penhoras judiciais relacionadas a dívidas ou outros passivos legais.

As informações são de O Globo, que também aponta que Timotheo Barros, ex-diretor da companhia e um dos alvos de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes contábeis na varejista, protocolou uma petição ao juiz da 10ª Vara Federal Criminal, Márcio Carvalho, solicitando a suspensão das investigações.

Barros também pediu o afastamento dos procuradores do Ministério Público Federal que atuam no caso, a anulação da busca e apreensão realizada e uma acareação entre ele e os delatores Flavia Carneiro e Marcelo Nunes.

Em seu pedido, ele comparou a investigação à Lava Jato e insinuou que o MPF protegeu Carlos Alberto Sicupira, um dos controladores da Americanas, enquanto se declarava inocente. O delegado da PF, André Oliveira, classificou as acusações de Barros como “uma narrativa fantasiosa e agressiva”, afirmando que o ex-diretor busca “tumultuar ao máximo o desenvolvimento do inquérito policial”. Os procuradores envolvidos responderam que o “único objetivo da defesa é a anulação de tudo e a punição dos agentes públicos que ousaram combater a criminalidade de colarinho branco”.

Americanas (AMER3)

As fraudes na Americanas referem-se a um esquema contábil que resultou em um rombo bilionário nas finanças da empresa, revelado em janeiro de 2023. O problema central envolveu a manipulação de dados financeiros para ocultar dívidas e inflar o lucro da companhia. Aqui estão alguns dos principais pontos:

  • Fraude Contábil: A Americanas utilizou práticas contábeis questionáveis para mascarar suas obrigações financeiras. A empresa não registrou corretamente certas dívidas em suas demonstrações financeiras, o que criou uma falsa impressão de solvência e lucratividade.
  • Revelação do Rombo: Em janeiro de 2023, a empresa anunciou que havia encontrado inconsistências em suas demonstrações financeiras, revelando um buraco de cerca de R$ 20 bilhões. Essa descoberta levou a uma onda de desconfiança entre investidores e parceiros comerciais.
  • Consequências: Após a revelação da fraude, a Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial para reestruturar suas dívidas, afetando milhares de credores. A situação impactou drasticamente o valor das ações da empresa e gerou uma crise de confiança no mercado.
  • Investigação: A Polícia Federal e o Ministério Público Federal abriram investigações para apurar as responsabilidades pelos atos fraudulentos. Executivos e ex-executivos da empresa foram alvo de operações de busca e apreensão, e alguns deles se tornaram delatores no processo.
  • Impacto no Mercado: O escândalo da Americanas teve um efeito cascata no setor de varejo e no mercado financeiro, levantando questões sobre governança corporativa e a necessidade de maior transparência nas práticas contábeis das empresas.

Esses fatores levaram a uma reavaliação do papel e das práticas das grandes varejistas no Brasil, além de expor vulnerabilidades nas auditorias e na supervisão financeira.

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